Recomendação do Recanto




"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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O Eu e o Destino - Parte II

Escrito por Recanto do Opositor

Continuação da Parte I...

E quem disse que precisamos dar um nome, conhecê-la ou explicá-la? Se não podemos fazê-lo, por qual motivo tentarmos?

É claro que isto não significa colocar a baixo todo e qualquer conhecimento desenvolvido pelo homem... Longe de mim. Mas, o que de fato é o homem? O que de fato é o que determina quem nós somos. Ou ainda, o que somos? O que é aquilo que possuímos e que nos torna humanos, que nos torna vivos, que nos faz ser? É exatamente o nosso destino. Será que somos o que temos, o que construímos, o que desenvolvemos, ou somos o nosso destino? Seria eu minha casa, minha família, meu dinheiro, diplomas, etc., ou sou eu o meu destino, as minhas escolhas, os meus pensamentos, as minhas possibilidades? Não nego o que tenho, não nego o que possuo, não nego todo o aspecto material da vida. Mas pode tudo isto determinar o que sou? Ou ainda, pode ser o ser determinado? Ora, se o destino é a infinitude de possibilidades, o que determina a ocorrência de uma coisa em função de outra? O meu meio? As pessoas ao meu redor?

Todo este papo ontológico pode ser compreendido se pensarmos na figura do rebanho de ovelhas, analogia tão comum quando nos referimos àqueles que não possuem pensamento próprio, que não questionam, que são guiadas pelo pastor, isto é, controladas por elementos externos, enfim. O que determina o destino das "ovelhas"? Não é seu pastor? Por qual motivo então teríamos tantos outros pastores para determinar o nosso? Mídia, sociedade, cultura, valores, moral, conhecimento, matéria, enfim.

"Mas ora, é impossível não sermos influenciados por estes fatores", diria um. E então lhe pergunto, leitor, o que você é? Você é seu meio? Você é sua família? Você é seu código genético? Você é sua cultura? Você é o que você lê? Afinal, o que você é? Ou ainda, será que temos realmente de responder a esta pergunta? Se eu sou uma coisa, já não estou me determinando? O que então se responderia?

"Eu sou". Melhor, "estou sempre, simplesmente, sendo".

Reparem que este simplesmente "ser" não se atinge ao destruirmos nosso "eu", até pelo fato de que é simplesmente impossível fazê-lo. Não podemos nos colocar em qualquer plano existencial no qual não sejamos sujeito e a nossa realidade o objeto, numa relação dialética onde cada um destes é indissociável do outro. Não podemos atingir a unidade da qual falava anteriormente. Mas ora, o que é viver o mistério, experienciar o desconhecido, revelar o velado? É simplesmente ser. O ser já abriga esta tensão. O destino é este mistério, este desconhecido. E como se lembram, ele é possibilidade. Quando estamos sendo, estamos manifestando uma possibilidade. Caos e ordem não se anulam, nem deixam de ser complementares. A "unidade" que todos buscam está aí, velada, no destino de cada um de nós. E quando a revelamos, reparem que a re-velamos, ou seja, a velamos novamente. O destino, nada mais é que a revelação de algo, que por sua vez torna a se velar, para possibilitar novamente uma outra revelação. Eis o ser e o não ser.

Assim sendo, o ser mais elevado, se podemos dizer assim, é aquele que não possui suas possibilidades limitadas. O indivíduo deve sempre estar sendo, ao invés de apenas ser, tendo como predicativos limites para a potencialidade de seu destino.

Depois de todo este rodeio, filosófico ou não, só nos resta nos lembrar do Satanismo. É claro que tudo o que foi dito até agora nada tem de Satanismo, não formalmente. Em momento algum, ao contrário do que alguns podem querer pensar, falei aqui da religião. Por enquanto...

Isto, pois é justamente no Satanismo onde podemos encontrar não as idéias apresentadas anteriormente, mas sim outras que caminham nesta direção. Se para uns o Satanismo peca em seu materialismo, interpreto-o como apenas uma afirmação da negação do pensamento metafísico, que tenta esgotar o caos ao dar-lhe ordem. Ou seja, trazer para o plano da compreensão aquela unidade, que por si é incompreensível. Assim como fomenta todo o pensamento crítico e questionador, no sentido de não limitar nossas possibilidades em funções daquilo e daqueles que as poderiam bitolar. O Satanismo nos sugere não sermos mais as ovelhas. E não simplesmente deixar de lado os pastores do cristianismo, mas quaisquer outros que nos impeçam de ser o que somos, isto é, de termos nosso próprio destino, pois é ele e nada mais ele aquilo que de fato nos é próprio. O eu satanista não é a limitação do ser, mas sim a reafirmação de seus não-limites! Não precisamos de qualquer espiritualidade avançada, ou qualquer negação do indivíduo para que de fato possamos alcançar nossa plenitude em vida. Basta que construamos nosso próprio destino.

Nota do autor: Tudo o que foi escrito parte de uma série de outros conhecimentos, leituras e estudos de complexidade sem comparação a um texto de blog. O que se tem aqui é uma tentativa de enxugar e muito todo um conjunto de pensamentos que vão desde ramos da ontologia, passando por filosofia e chegando em poética. Qualquer um que tenha interesse por estes campos do pensamento com certeza verá o quão raso tive de ser em minhas palavras. Como disse, trata-se de um blog, com um espaço específico e um público específico, o que determina diretamente o trabalho final. Deixo apenas estas palavras para que fique claro que estou apenas trazendo aos leitores pensamentos que não são "meus" (como se eu os tivesse "gerado" numa tarde de domingo numa divagação filosófica), e que requerem uma carga de tempo e estudo que não posso oferecer, restando apenas a mais pura simplicidade do mais simples possível. E por qual motivo esta "explicação"? Primeiro para justificar possíveis críticas que se baseiem na superficialidade do texto, e, segundo, para não sair como “O” pensador super filosófico por trás dele.

One Comment

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    Comment by Anônimo

    vitor gostei muito do q vc escreveu aqui...tenho algumas duvidas que me "encomodam",não sei se penso errado sobre esse assunto...se voce puder me add mehiel_msn@hotmail.com pra eu expor meu ponto de vista e quem sabe voce me exclarecer algumas coisas,se for possivel claro!

    Obrigado