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"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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Argentina aprova casamento gay

Escrito por Recanto do Opositor

Se você não está sabendo, passe a saber agora... A Argentina acaba de se tornar o primeiro país da America Latina a aprovar o casamento gay. Mais do que a união civil, casais do mesmo sexo terão direito à adoção, herança, enfim, todos os direitos e deveres que heterossexuais possuem enquanto casal.

Este marco na história prova que as tradições religiosas conservadoras aos poucos vão, não desaparecendo ou sucumbindo, mas reduzindo sua força no que diz respeito à liberdade individual numa instância social, coletiva. Quem acompanha o blog sabe que não costumo falar mal do cristianismo ou de outras religiões conhecidas, nem muito menos sou do tipo que acha que o mundo seria melhor sem elas, pelo contrário. Agora, é óbvio que há um abismo entre o que o pastor ou o padre ou o papa prega e aquilo que está determinado no legislativo, na constituição, nas leis, que, por sua vez, são determinações que devem se aplicar a todos, independentemente de religião ou credo.

O que é preciso compreender é que há uma diferença entre aquilo que pensamos para nós mesmos, e aquilo que desejamos para todos os outros. É claro que é um tanto quanto complicado você aceitar algo para o próximo, que não deseja para si. Mas é preciso reconhecer até onde vai o nosso espaço e o espaço do próximo. Eu, por exemplo, como muitos, canso de fazer piadas com "bichinhas" (algo que por sua vez chega a ser um ranço cultural, não só no Brasil, a despeito de uma discriminação mais séria), me incomodo com pessoas se valem de sua sexualidade para fazer vitrine de si mesmo numa auto-afirmação vazia; mas enfim, nada disto me impede de ser completamente a favor da liberdade sexual, e, mais do que isto, do reconhecimento e do respeito do estado diante das diferentes formas de sexualidade.

E o que uma notícia como esta está fazendo no Recanto? Ora, se você conhecesse de fato o que o Satanismo sugere, saberia perfeitamente que nossa religião não só defende a liberdade sexual como estimula que não deixemos de lado nossos impulsos mais primitivos por conta de tradições, valores morais questionáveis, ou qualquer outra trava que, mais do que nos impedir de obter satisfação, acaba por gerar sérios problemas, não somente individuais como sociais mesmo. Ou vocês acham que se não fosse o forte pensamento cristão no mundo, não já teríamos diversos países permitindo o casamento gay?

Como Satanista, fico realmente satisfeito de ver que, aos poucos, e principalmente por ter sido algo ocorrido aqui na América Latina, o mundo caminhe em direção à secularização. Parabéns à Argentina e ao povo argentino. Que possamos ver mudanças tais aqui no Brasil também.

Big Brother Brasil: povo GLS, internautas e gostosas

Escrito por Recanto do Opositor

Nâo, você não está no blog errado. E desta vez nem adianta bancar o misantropo ou o intelectualóide, pois você sabe muito bem que o famigerado programa começou ontem. Se quiser adotar a postura do "ah, mas que programa idiota", fique calmo, eu não venho aqui falar bem dele. E nem mal, por sinal. Já tem muita gente fazendo isto, e, no final das contas, independente de opiniões inflamadas ou apaixonadas, o fato é que pelos próximos 2 meses, ou algo do tipo, o Brasil inteiro vai passar a observar a vida de um galere super descolado numa casa dahorinha. Assim sendo, não poderia deixar de tecer alguns comentários sobre algo que, de uma forma ou de outra, acabar por exercer suas influências no pensamento dos brasileiros. Que, caso você não saiba, são estas pessoas que estão ao seu redor.

Confesso que quando era mais novo tinha certo interesse no programa. Mas é aquilo, o tempo passa, as coisas mudam, e faz já alguns anos que não mais perco meu tempo assisitindo. Neste ano acredito que talvez não seja diferente, mas devo dizer que algo me chamou atenção. Tanto é que até cheguei a ver a edição de abertura do ontem. Não toda. Mas o suficiente para pensar em algumas coisinhas e vir aqui escrever...

A primeira informação que tive foi a de que um(a) drag queen participaria do jogo. E foi exatamente isto que me despertou interesse. E enquanto assistia o programa, vi que não havia apenas ele representando o galere "diferente", mas também uma lésbica, e uma bibinha de 20 anos. Desculpe o termo, mas este style moderno de rapaz homossexual descolado, maquiado, que fala fino, adotando o estereótipo da "bichinha" não me agrada lá muito. Questão de gosto. Há até alguns que são engraçados, aliás, tenho grandes amigos homossexuais. Mas este estilo aí me parece meio exagerado... Mas repito, questão de gosto. Assim como não gosto por exemplo do cabelo moicano punk, da intelectualidade dos intelectualóides, de camarão, e por aí vai.

Mas a despeito de meus gostos pessoais, o que importa é que neste ano o BBB leva às casas de milhões de brasileiros mais do que pessoas, mas a postura dos diferentes, o pensamento de uma determinada minoria, a aceitação de (algumas) diferenças. Parece bobagem, mas não é. Para uma emissora elitista e conservadora que é a Globo, termos em um de seus carros-chefes pessoas, que, de uma forma ou de outra, representam milhares, e ainda mais o que estão representando, é grande coisa sim. Homossexuais já tivemos em outras edições, mas agora, o próprio programa assume esse seu lado mais GLS. Jogada de marketing ou não, podemos tranqüilamente dizer que trata-se de uma vitória se pensarmos nos problemas que o homossexualismo e afins sofre aqui em nosso país tão "careta". Ainda não vi nenhuma manifestação GLS "oficial" com relação ao tema, mas acho difícil que não vejam no ocorrido algo de positivo. Até pelo fato de que, desta vez, não se trata de um personagem de novela que mais parece a caricatura de um gay. Trata-se de pessoas comuns. E a despeito do "será que é tudo armado ou não é?", ninguém poderia ser 100% do tempo um ator.

Devo dizer que também achei legal pegar as sub-celebridades da internet. Apesar de nunca nem ter ouvido falar no fotolog da bibinha, ou do Twitter daquela menina que esqueci o nome. Mas sem lá grande motivos. Só mesmo por rolar esta integração internet x TV. Não sei, acho que de alguma forma os "internautas" também serão "representados". Ou não... Enfim, foi algo diferente; tem seu brilho, ainda que pequeno. Quanto ao resto do povo, nada que chamasse lá grande atenção, e mesmo que tivesse chamado, isto aqui não é blog de fofoca ou de programa da tarde para eu ficar dizendo "o que achei dos participantes". No máximo dizer que mais uma vez nova chance para ver gostosas na televisão. Isto nunca é demais.

Ah, Satanismo? Não há muito o que se dizer sobre. E o que justifica este texto aqui no blog? Ora, Satanismo, dentre as mais conhecidas, é a única religião que apóia formalmente não somente o homossexualismo, mas qualquer manifestação válida de sexualidade. E de alguma forma, como Satanista, fico satisfeito quando o movimento GLS sai como favorecido. É o tipo de "grupo" que merece todo o nosso apoio, não somente por eles, mas por nós mesmos satanistas, que também temos o direito de sermos respeitados independente de nossa sexualidade. Uma vitória para eles também acaba sendo uma vitória para nós, e para a toda a sociedade de forma geral. Ainda mais nesses últimos tempos, com a questão do projeto de lei contra homofobia, que por sinal é outro assunto que rende muito pano pra manga... Mas deixemos isto para outra hora... O que importa é que aos poucos estamos nos livrando de dogmas e regras que nos obriguem a agir de modo X ou Y, infectando assim a mente de milhares de pessoas que em suas vidas, ações e pensamentos só fazem reproduzi-las. E os veículos de comunicação em massa estão tendo que aceitar isto. Já é um começo...

Liberdade Religiosa?

Escrito por Tadeo

Pode até parecer estranho que eu venha aqui defender um grupo religioso monoteísta como os muçulmanos (pelos quais eu já nutro uma certa antipatia), mas enquanto navegava pela internet acabei achando algo que só posso definir como um atentado à liberdade individual e religiosa.

O que aconteceu? Um parlamentar francês anunciou que iria apresentar um projeto de lei no qual proibiria o uso da burca na frança. A burca, para quem não sabe, é aquela vestimenta usada por mulheres de grupos mais radicais islâmicos, que cobre o corpo feminino da cabeça aos pés.

A algum tempo essa pressão religiosa na frança já me chama a atenção. O grande número de imigrantes do oriente médio na frança causa uma reação xenofóbica nos franceses. Até pouco tempo atrás o véu foi proibido de ser usado em locais públicos, como escolas e tribunais. Achei uma medida interessante e que deveria ser adotada em todos os lugares do mundo, pois não só o véu foi abolido e sim qualquer símbolo religioso, afirmando o caráter laico do estado. É claro que essa medida foi tomada exclusivamente contra o véu islâmico, mas nisso há ética e há lógica.

Os muçulmanos franceses até fizeram uma pequena revolução em novembro de 2005, não lembram dos carros queimados e tudo mais? Paris literalmente entrou em chamas, e os jovens religiosos provaram ao mundo que tinham poder e voz. Claro que não estou apoiando atos de vandalismo extremista, mas isso provou ao mundo que a questão islâmica na frança não podia ser ignorada. Acabou que os jovens rebeldes foram violentamente combatidos pelos policiais franceses e a situação voltou a sua normalidade.

Agora o alvo do governo é a burca. Nas palavras do próprio Sarkozy, presidente francês, "Não há espaço na frança para a burca". Qual a justificativa para tal opressão religiosa? Que a burca é um símbolo de subjulgação feminina e que na frança todos tem o direito igual, seja homem ou mulher. Mas até que ponto o estado tem o poder de subjulgar os direitos e escolhas religiosas do indivíduo?

A frança é um país que se diz livre. Possui um estado laico, preza pelos seus direitos civis e pela educação de suas crianças. Nossa, que legal heim? Se eu tenho todos esses fatores somados em um ambiente, o que eu posso presumir? Que a religião lá é uma questão de escolha. Não vai haver nenhum órgão público que persiga quem não faz parte da religião x ou y, o cidadão vai ter contato com outros individuos de outras religiões e, mais importante, não sofrerá nenhuma sanção por desobedecer qualquer dogma.

Então, se as mulheres francesas querem usar a burca, por que diabos os políticos franceses estão se preocupando com isso? Querem homogenizar uma nação? Da última vez que isso aconteceu na Europa, chamamos até hoje de Holocausto.

É claro que é uma questão mais delicada do que eu expus até agora. Primeiro que eu considero a burca um símbolo de opressão feminina, sim. E segundo porque os franceses não são mais maioria na frança. Não vou caprichar em eufemismos, a burca é a prova da idiotice islâmica de negar ao extremos os prazeres da carne, além de, em muitos casos, privar um ser humano de escolhas e dignidade. São por coisas como a burca que eu pessoalmente odeio todo o islã e sua intolerância extrema, que chega a até ser mais xenofóbica que a reação francesa.

Já a questão francesa é ainda mais delicada. Há o famoso termo Eurabia, que expressa ironicamente a influência dos imigrantes islâmicos por toda a europa. Imagine que seu país, com sua tradição liberal, esteja caminhando para um rumo fundamentalista pois uma nova religião estrangeira começou a se alastrar? É natural, e até compreensível esse sentimento francês, mas combater com esse tipo de opressão estúpida só reafirmar que os europeus ainda não aprenderam com seus erros do passado. Outras medidas poderiam ser tomadas, educação é sempre a chave. Mas não vou me ater a isso, pelo menos não hoje.

Tá, Tadeo, mas o que tudo isso tem com o Satanismo? Oras, muita coisa! Eu tenho o direito sagrado de escolher minha religião e praticá-la como eu bem entender sem que ninguém me atrapalhe, me xingue ou me prenda por isso. Isso não se aplica apenas ao Satanismo e as religiões em si, mas também a minha etnia, meus hobbies, minha opção sexual e tudo mais! Por que o estado pode dizer "essa prática religiosa é certa e essa é errada" se em ambas as práticas nenhuma lei foi quebrada? Primeiro a burca, depois o corão, depois ilegalizam o islâ, prendem os muçulmanos, aí depois vão para os homossexuais, os ciganos e os judeus... O resto da história vocês todos já conhecem.

Só quis expressar meu descontentamento com o rumo que as coisas tomaram. E vou ficar observando de longe até onde essa estupidez vai parar.

O menino e as agulhas: mais um caso Satânico?

Escrito por Recanto do Opositor

Ai ai... O tempo passa e as coisas não mudam... Bem, como sempre digo, a menos que você seja um intelectualóide, um misantropo ao excesso, ou uma pessoa super descolada e culta que não assiste TV, com certeza deve ter ouvido falar sobre o menino que tinha não sei quantas agulhas por todo o corpo. 40 e poucas, pra ser mais (?) preciso.

Pois então... O caso ficou alguns dias por aí sem que ninguém entendesse como estas agulhas foram parar no pobre coitado do menino. Talvez algum parente aprendiz na medicina tradicional chinesa, quem sabe. Mas vejam vocês, não era. Após o mistério, eis que um ex padrasto surge na história e assume a autoria do feito, alegando ainda que para fazê-lo contou com a ajuda de uma mulher que fazia parte de uma seita/grupo/congregação religiosa.

E adivinhem quem decidiu dar as caras nas falas e nos textos da notícia? Nossa velha e conhecida expressão: magia negra. Até agora eu não vi ainda nada relacionado ao nosso querido Satanismo, mas, sabe como é a imaginação das pessoas e a sede por explicações malvadistas. De qualquer forma, é só mais um caso para nos mostrar até onde vai a filha-da-putagem humana. Se tudo isto ocorreu por conta de um ritual ou não, trata-se da mesma forma de uma grande imbecilidade e uma plena falta de respeito para com uma criança, que por sinal, nada tem a ver com a crença alheia muito menos deve por conta dela sofrer qualquer tipo de abuso, mau-trato, ou qualquer tipo de infortúnio.

E para aqueles que ousarem colocar o nomezinho de Satan numa associação com o ocorrido, não custa nada lembrar aquela famosa regrinha de número 9:

9. Do not harm little children.
(9. Não cause mal a uma criança pequena.)

Eu disse regra. Novamente, que o dogma nos livre das falsas associações. Amém.

Crucifixos, é hora de dar tchau

Escrito por Recanto do Opositor

É com muita satisfação que pude acompanhar, tanto na televisão quanto em texto pela internet, que a Corte de Direitos Humanos lá da Europa determinou que fossem retirados das escolas italianas os crucifixos presentes nas salas de aula. Trata-se de uma demonstração de grande importância para aqueles que desejam ver enfim um Estado de fato laico.

Naturalmente, a decisão gerou revolta. Muitos alegam que se trata de uma parte da história da itália, que muitas pessoas não necessariamente são obrigadas a seguirem o catolicismo, enfim, todo o bla bla bla religioso que simplesmente não admite que a religião se limite a si mesma, sem ter que ficar fazendo propaganda em todo e qualquer local. E pior, estamos falando de escolas, ambiente no qual se dá a formação do indivíduo. Se há várias matérias na grade curricular e pode o aluno ao longo de seu percurso acadêmico, optar pela área de seu interesse, por qual motivo não o poderia fazê-lo com relação à religião?

Além do mais, por um acaso as outras religiões possuem o mesmo espaço de "exposição". Não moro e não estudo lá, mas tenho certeza que não.

Já se passou da hora de compreender que religião não se discute, vende, oferece, muito menos se impõe. Busca seus conhecimentos quem quer, e se quiser. Debate religioso não leva ninguém a lugar nenhum, a não ser egos inflamados e retórica vazia. O verdadeiro caminho para a escolha religiosa se dá por 2 vias, uma de entrada e outra de saída. A de saída diz respeito às publicações e difusão dos pressupostos de cada religião, através de meios próprios de comunicação, que não ultrapassem os limites da liberdade individual, nem se imponham coletivamente, tal qual este humilde blog, por exemplo; e a outra, de entrada, que diz respeito à busca individual pelo sistema escolhido, mediante reflexão e conseguinte aceitação, ou não.

Espero que este fato acarrete outras mudanças no pensamento religioso e sua relação com o Estado e suas instituições. Quem sabe daqui a alguns anos nossos filhos não sejam obrigados a se depararem com crucifixo nos tribunais, ou a estudarem ensino religioso na escola.

E para quem se interessa pela questão, não deixe de conferir a última edição da Infernus que trata de educação e religião, e que, por sinal, conta com um texto de minha autoria.

A universitária da Uniban, e o escárnio - Parte 2

Escrito por Recanto do Opositor

Na primeira parte deste texto parti das pessoas envolvidas no caso assim como de suas posturas, e o que tudo isto nos fazia levantar, deixando de lado a atitude da própria menina que foi a vítima daquela situação. Por agora, trataremos de pensar a respeito desta, partindo do comentário final da parte anterior, que expunha a seguinte visão do fato: a universitária sofreu as conseqüências de seus atos ao querer chamar atenção com suas roupas, e teve a conseqüência que merecia.

Em primeiro lugar, a reação a isto não é justificada. Um bom advogado consegue facilmente convencer que se trataram de atitudes criminosas. Constrangimento ilegal, ameaça, difamação, enfim, está tudo lá no capítulo 5 do Código Penal. Portanto, não se tratam de conseqüências justas.

Mas bem, entra agora a parte que mais nos interessa; a ponte com o Satanismo.

Em um mundo de imbecis que não são capazes de respeitar a liberdade de pensamento alheio, a questão estética é algo um tanto quanto delicado de se lidar. Particularmente sou totalmente a favor do escárnio, felizmente nunca fui o alvo da piadinha alheia, pelo contrário, tornei-me mestre em falar mal dos outros e apontar seus defeitos mais aparentes. Mas definitivamente nada que se compare a isto. Para justificar meus atos, parto de um conceito que aplico em mim próprio. Quem deseja se fantasiar de palhaço, tem que ouvir sem reclamar as risadas alheias. E quem não o deseja, que não se vista como um. Aquele que de alguma forma, por mais que se trate de seu "estilo", sem qualquer egolatria vazia por assim dizer, se expõe de forma exagerada, não adianta, tem que aguentar piadinha e comentários desagradáveis. E eu serei o primeiro a fazê-lo. Pelo simples fato de que na grande maioria dos casos, aquele que faz a piada tem motivos mais que justos para tal. É uma questão matemática, e da qual parte também aquilo que entendemos por preconceito. Exemplo bem besta: se das 10 pessoas vestidas de rosa que vimos em nossa vida, 9 são viados, o décimo primeiro vai ser considerado um. Pois do desconhecido esperamos a regra, não a exceção. Ninguém aposta no jogo que tem a menor possibilidade de sair. Ou seja, o escarniador parte, no geral, daquilo que para ele configurou-se como regra. Se será ou não, aí é com cada um.

Mas ora, quer dizer então que eu vou ter de me prejudicar, deixar de agir da forma que desejo por conta dos outros? Pois é, meu caro ou minha cara, bem vindo à sociedade. Estamos todos interligados, ora de forma direta, ora indireta. E querendo ou não todas as nossas ações, ou a ausência delas são influenciadas e/ou determinadas pelo nosso meio.

Com relação a tudo isto, nos mostra a experiência que não vale a pena causar este choque gratuito nas pessoas. Nunca se sabe de quem vamos depender, ou até onde nos afeta a visão que as pessoas têm de nós. Só mesmo alguém muito rico para chegar ao ponto de tacar o foda-se para tudo a ponto de ignorar o fato de que existem pessoas, ou até mesmo o Estado a seu redor. É o típico caso da playboizada que por ter grana acha que nada vai acontecer com ele se fizer merda. E é o que mais acontece. Agora, de resto, deixando de lado a imbecilidade e o dinheiro, precisamos sim construir nossa imagem, seja em que contexto for. Familiar, profissional, escolar, etc. Quando nos expomos não apenas nos mostramos, mas somos vistos, e quando abrimos nossa boca não apenas falamos, mas somos ouvidos. Parece óbvio, mas as pessoas se esquecem que não somos apenas sujeito, também nos tornamos objeto.

Vejo no próprio Satanismo o grande exemplo de como uma exposição mal planejada só tende a nos desfavorecer. Assim como nele vejo também que o ser humano, ainda que seja a grande divindade de carne, também a divindade do pensamento, da reflexão, do conhecimento, e que a estética é apenas uma fina casca de um conteúdo que deve ser valorizado e desenvolvido. Também podemos perceber que o culto à imagem, tendo sido deixado de lado a verdadeira preocupação de crescer e estar em constante melhoria e movimento, nada mais é senão auto-ilusão e egolatria vazia. Se somos os primeiros a serem apontados pelo resto das pessoas, assim como somos os primeiros a apontar para os pseudo-satanistas, malvadistas que vivem de aparências, e tantos outros tipos de imbecis, devemos também ser os primeiros a justamente evitar que nos tornernos os objetos de nossas críticas e escárnio.

Nosso aspecto exterior não somente deve ser compreendido como um elemento de egolatria satisfatória que nos conceda auto estima e nos faça termos todos os cuidados para a manutenção de nossa carne, sem a qual simplesmente não vivemos, ao contrário das historinhas de alma e outros planos metafísicos por aí; mas também devemos vê-lo como uma ferramenta, um utensílio indispensável para nossas ações a atitudes, que ou as potencializa, enquanto encaminhadoras para conseqüências satisfatórias, ou as mina, nos causando o contrário. Não foi à toa que LaVey segmenta a noção de magia, nos trazendo a chamada manipulativa. É exatamente disto que estou falando.

Dizem que o melhor lado a se escolher numa guerra é o de fora. Evitar conflitos para observá-los de longe em certos casos é a solução ideal. Portanto, por qual motivo optar por ataques superficiais, como no caso da estética, se as verdadeiras transgressões se dão com o pensamento e com as atitudes? O palhaço recebe palmas por suas palhaçadas assim como por suas maquilagens e roupas engraçadas. O verdadeiro Satanista elogios por suas ações e forma de pensar.

E nunca é demais repetir a célebre frase: discrição é a maior astúcia do diabo.

A universitária da Uniban e o escárnio - Parte 1

Escrito por Recanto do Opositor

Se você não é o cultzinho que não tem televisão em casa, se você não é o intelectualóide que não tem tempo de sobra (são tantos livros...!) para poder ter acesso a certas notícias, ou ainda se a sua soberba e arrogância não é tal que não lhe permite ter acesso às notícias e fatos "mundanos" ou "do povão", então com certeza você já sabe do que vou falar neste post.

Trata-se do ocorrido a alguns dias na Uniban, uma universidade particular de São Paulo, especificamente na unidade São Bernardo do Campo. Como você já deve ter lido (ou não), uma das alunas foi para a aula com uma roupa "ousada", se podemos assim dizer, o que acabou gerando um tumulto. Todos queriam ver a menina, chingar de puta, tirar foto, enfim, a coisa ficou realmente grande, uma vez que grande parte dos alunos participou da confusão. Acuada em uma sala de aula, com medo da reação da massa inquieta, foi retirada somente com escolta policial, momento no qual a multidão chegou ao ápice das "manifestações". Momento este também, que por sinal, está no YouTube. Quem quiser ter uma idéia mais visual de tudo isto que descrevo, basta procurar lá.

Trata-se de um acontecimento atípico, que não desperta lá grandes interesses, e que foi objeto de exposição, em até certo ponto sensacionalista em alguns meios de comunicação. Entretanto, por mais simples e bobo que possa parecer, dele podemos levantar algumas questões.

O primeiro ponto a se considerar é o pressuposto moral, ainda que vazio, mas ao mesmo tempo sólido, do qual partiu a multidão. Não se trata agora, naturalmente, de apontar um ou outro, além do fato de que neste tipo de situação, muita gente é igual a muito barulho, que é igual a certa adrenalina de tumulto que é igual a vontade incontrolável de se juntar à massa e dar o meu grito.

O que acontece é que naquele momento atribui para si a massa o direito não somente de julgar o próximo como ainda agir a partir deste julgamento. Longe de sentimentalismo barato, a jovem foi vítima de constrangimento, coação psicológica, enfim, ainda que não se trate de agressão física, é uma moral.

O que é ridículo de tudo isto é a hipocrisia de toda esta gente, bem sua bitolação, no sentido de estar regredindo a velhos estigmas de "boa moça" ou do "vestir comportado", coisa que já foi derrubada a tempos. Hipocrisia pois tenho certeza absoluta que muitas das meninas que estavam lá chingando e fazendo barulho também usam roupas tão ou mais ousadas quanto quando querem e bem como da mesma forma cultuam seus corpos. E regressão por estarmos partindo de um modelo estético e de valores que ninguém mais faz questão de afirmar. Principalmente pessoas mais jovens, por natureza mais críticos e transgressores. Na confusão ao apontarem o dedo para um terceiro, o fizeram para si mesmos.

Poderiam ainda argumentar com a história da adequação. Ou seja, para um ambiente como uma faculdade, não se trata de um traje adequado. Contra isto, não é preciso ir muito além. Basta ver, como costumo dizer, o "nível de alternatividade" dos universitários, no que diz respeito às suas roupas. Quem faz filosofia, ciências sociais, artes, e alguns outros cursos menos "matemáticos" sabe do que falo. E ninguém faz alvoroço por causa disso. Das duas uma, ou a universidade em questão é um antro de playboyzinhos hipócritas reacionários, ou, estamos a lidar com adolescentes.

O que é justamente o segundo ponto. Uma postura como esta é até passível de ocorrência quando pensamos em ensino fundamental, até mesmo médio. Trata-se do bullying. Aí sim temos o grupinho "do mal" tirando onda com o rapaz de óculos, com o viadinho, com moleque das orelhas grandes... Agora, numa faculdade, e por causa de um vestido? Faça-me o favor. Deixar de ter aula pra ficar fazendo "zoaçãozinha massiva" nos corredores. Pelo amor de deus, trata-se de uma atitude de extrema infantilidade.

Além disto, ainda há um outro problema. Quem me conhece, ou lê meu textos, sabe que sou um defensor da academia e um propagandista do ensino universitário. Acredito fielmente que é a instância máxima do pensamento e do ensino e que não só merece incentivo por parte do Estado para sua manutenção e desenvolvimento, como também merece culturamente, no que diz respeito ao pensamento das pessoas, ser reconhecida por suas qualidades, gerando assim interesse para a formação não somente de profissionais capacitados, mas de pensadores críticos para a sociedade. E ora bolas, em um caso como este, é este tipo de pessoa que estamos tendo nas universidades? Um bando de adolescentes hipócritas fazendo barulho por causa de roupa?! Isto mancha a já não valorizada imagem do universitário, bem como da instituição em si.

Alguns ainda poderiam dizer: mas ora, bem feito, ela queria causar, chocar, aparecer, eis as conseqüências! A partir disto, tem continuidade o texto em sua parte 2.

Edir Macedo e o espetáculo das doações

Escrito por Recanto do Opositor

Se você não vive alheio ao mundo e o que tem acontecido nele, nem banca o cultzinho que se recusa a ver nem que seja 15 minutos de Jornal Nacional com a família na sala, na hora da janta, com certeza está ciente das notícias do momento envolvendo, nada mais nada menos, que o todo poderoso da emissora de televisão Record. E mais do que isso, o imperador da IURD.

Este é um blog sobre Satanismo. Eu sei. Este não é um blog de notícias. Eu também sei. Mas diante de todo o circo que estamos presenciando gratuitamente, vai dizer que dá pra ficar sem um comentariozinho?!

Para quem ainda não está ciente da coisa, é mais ou menos assim: em nome do Senhor Jesus Cristo, o nosso caro Edir Macedo pede doações para que os fiéis por conta delas sejam abençoados pelo poder de Deus e consiga as graças necessárias para melhorarem suas vidas. Até aí tudo bem, legalmente falando, instituições religiosas podem perfeitamente pedir doações, desde que o dinheiro seja destinado à instituição em si, à sua manutenção, à sua expansão, às ações sociais para os mais necessitados, enfim. E bem, obviamente, como todos imaginam, o dinheirinho suado dos fiéis está muito longe dos altares; está no bolso do nosso tão querido bispo, que o utilizou em negócios privados, o que configura-se como lavagem de dinheiro.

Além deste escândalo criminoso, ainda tem a outra parte legal da história. Como disse, Edir Macedo é o dono da Record, e naturalmente, como boa concorrente, a Rede Globo não poderia deixar de cair dentro no ocorrido. Temos então uma campanha massiva de destaque ao querido bispo e suas estripulias financeiras, o que deixa a TV num climinha de guerra que a um bom tempo não víamos.

Disto tudo algumas coisas podem ser pensadas...

Por um lado, começam a ser divulgados diversos casos de pessoas que colocaram a IURD na justiça por conta das doações feitas e bênção não recebidas, o que faz com que de alguma forma se repense como é feita a coleta do dízimo. Bem como as denúncias específicas com relação ao bispo faz com que uma parcela significativa da credibilidade da IURD seja lançada ao chão. Talvez isto não tenha um impacto tão forte entre os próprios fiéis, o barulho maior com certeza será feito por quem está de fora, mas isto não impede que os primeiros se questionem com relação às suas "posturas dizimistas".

Mas por outro lado, há um grande problema. Quando temos alguém ou algo que se destaca, não adianta, as reações são sempre em excesso. Ou se ama, ou se odeia. E neste caso em específico não será diferente. Isto significa dizer que, não dificilmente, virá uma legião de fiéis dispostos a defender seu bispo e acusar a Globo de perseguição ou até mesmo de dizer que os promotores de acusação estão com o Diabo no corpo. Ou seja, independente de quem seja o inimigo, há um sentimento de "guerra" que já até está sendo instaurado, segundo alguns.

E as conseqüências disto?

O fanatismo aumenta, o fervor aumenta, a intolerância disfarçada ganha força, e por aí vai. Colocar a IURD e o bispo no papel de vítima só vai aumentar seu poder, e a massa evangélica que só tende a crescer aqui no Brasil vai ganhar mais um incentivo para manter seu ritmo.

Se Satan é popstar, agora o Edir Macedo, mais do que nunca, também é. E vai trazer consigo uma legião de fãs. Tenham certeza disto.

Homossexualismo é doença!? Para a psicóloga Rozângela Justino, sim...

Escrito por Recanto do Opositor

Desde já eu vou elucidar os leitores de quem se trata a tal Rozângela Justino. Ela, como dizem, é uma psicóloga e a grande graça de sua história reside no fato de que, por um motivo bem simples, o Conselho Federal de Psicologia pretende cassar seu registro (ou algo que o valha) por conta de sua postura profissional, se podemos assim dizer.

Bem, como o leitor já deve imaginar, nossa colega simplesmente considera o homossexualismo uma doença e que através de seu tratamento poderá então o paciente "curar-se".

Pois é, eu disse: doença. E é sério.

Definitivamente não estou aqui para questionar o método, para fazer qualquer verificação ética com relação às posturas da psicóloga, nem nada do tipo. Não estou aqui como membro de qualquer comissão julgadora, mas sim como um mero comentarista do fato. E assim sendo, lhes digo que simplesmente é um absurdo, é nojento, é desprezível, é asqueroso, que uma pessoa em plenos tempos "modernos" venha a considerar uma determinada expressão de sexualidade como uma patologia, e o que é pior, pautada pela ciência, oferecer métodos para sua cura!

Como se não bastassem todas as discriminações que sofrem gays, lésbicas, e afins, ainda me vem uma pessoa desta restaurando um discurso como este! O que só faz exaltar e enaltecer o maldito discurso cristão e seus resquícios morais, o que nada mais tem por conseqüência senão a manutenção de conceitos tradicionalistas imbecis com relação à sexualidade das pessoas!

Repudio duplamente a postura de nossa cara psicóloga, como Satanista que respeita e valoriza toda e qualquer forma de expressão sexual pautada pelo respeito e pela plena consciência do ato; e acima disto, como ser humano que sou, por estar diante de uma visão que nada mais faz senão retardar o já lento processo de respeito e reconhecimento da sexualidade alheia.

Sei que estas palavras não se tratam especificamente de Satanismo, e peço desculpas ao leitor que buscava algo mais específico. Mas eu não poderia me calar diante de um absurdo como este. Assim como também aproveito o comentário para mais uma vez reafirmar o respeito Satanista para com heteros, gays, lésbicas, simpatizantes, e todos aqueles que à sua forma buscam prazer sexual de uma forma respeitosa e consciente.

Quem quiser saber sobre a tal psicóloga, basta jogar no Google seu nome e irão aparecer os links, isto se já não tiver o leitor visto alguém enchendo o saco no Orkut, ou em qualquer outro lugar, pedindo para que assinem um abaixo-assinado em seu apoio. Acreditem, ela realmente existe...