Recomendação do Recanto




"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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O Deus do Satanista

Escrito por Recanto do Opositor

Muito se questiona a respeito da condição divina que é postulada pelo Satanismo no que diz respeito ao indivíduo. Este questionamento tem bases sólidas, e elas podem ser explicadas por um breve olhar para as religiões mais populares, das quais sabemos algo. Em sua grande maioria, temos uma divindade (ou várias) colocada para fora do indivíduo, para fora do sujeito. Isto provém dos inúmeros questionamentos inerentes ao pensamento humano, que foram confortavelmente sendo "respondidos" com argumentos deístas. Deus, seja qual for ele, sempre será refúgio para as questões do como viemos, para onde vamos, quem domina o tempo, quem determina as circunstâncias, e por aí vai.

Mas a questão é que a idéia do desconhecido, do sagrado, do mistério não se encerra na resposta "Deus". Muito pelo contrário, ela nunca se encerra, ela nunca se esgota. A ausência da resposta é a grande motivação do questionar-se. Limitar o desconhecido a uma entidade criada a partir do pensamento humano é limitá-la, em absoluto. Estaremos a responder, sob a forma (molde) do pensar o que não se responde. É a mudança, é o movimento, é o acaso, é o caos, é o não ser, é deus. Ou seja, este não se resume ao senhor barbudo do paraíso, nem muito menos ao pai da mentira com chifres no inferno. Estes são apenas contornos, para algo que não pode ser contornado. Portanto, a condição divina não está fora do indivíduo, mas em seu pensamento, em seu viver, na linguagem que o faz perguntar-se.

O pensamento Satanista por sua vez, não vai tão além na questão metafísica, mas posiciona-se de forma única, para desenvolver toda a sua proposição de conduta. Em tal, como já comentado, o indivíduo é o seu deus. Mas além da questão abordada anteriormente, podemos acrescentar mais predicativos a este. Ser deus é ser o objeto de adoração, é ser aquele ao qual se presta culto, é ser o motivo de veneração. Ou seja, é adorar, cultuar, e venerar a si mesmo. E é justamente a partir da valorização do eu que o Satanista é motivado a desenvolver a dois caminhos principais, duas faixas de uma mesma estrada. O primeiro é desenvolver-se a partir de suas preferências, o segundo é reconhecer a si mesmo. E neste ponto, fazemos ponte com a idéia do mistério. Tentar desvendar os segredos próprios significa ter controle sobre si, prever falhas, reconhecer pontos fracos e fortes.

Tanto o desenvolvimento quanto o conhecimento pessoal nos levam à noção de satisfação. É ela quem guia o indivíduo, suas ações. É o chamado instintivo do estar bem, do prazer, do gozo, da alegria. Não importa quantos clichês nos determinem o sentido da vida, tudo o que fazemos, fazemos em prol de uma satisfação própria. E isto não quer dizer injustiça, misantropia, ou o famoso "egoísmo". Particularmente, penso que toda ação humana é egoísta, e que definitivamente isto não é um problema. Sempre que toco neste assunto, gosto de reproduzir uma máxima minha:

"Fazer o bem ao próximo é fazer o bem a si mesmo. E ora, para fazer o bem a si mesmo por muitas vezes é preciso fazer também o bem ao próximo."

Não querendo entrar em méritos de egoísmo x altruísmo, que sob meu olhar não são opostos, o que cabe agora é entender que a satisfação é o fim máximo das coisas, não importando seus meios. Isto pode soar de forma rude, mas não estou aqui a dizer nada demais. O que foi sendo posto em questão ao longo do pensamento humano, foram as formas de se atingir tal prazer. Não cabe a mim julgar. E o Satanismo por sua vez dirá que, não cabe a alguém julgar a satisfação alheia, se esta não causa revés a ninguém. Ou seja, o deus que sou eu respeita o deus que é você, e enquanto a recíproca for verdadeira, estaremos em paz.

Talvez ainda se pergunte, mas o que faz o Satanista, o indivíduo, ser um deus? Por qual motivo ele o é? Ora... Deus a entidade máxima. Deus é o responsável pelo destino. Deus é aquele cujas forças são as maiores. Deus é aquele que intervém, que age, que socorre e que pune. Deus é a causa e a finalidade. Bem, todos estes são predicativos humanos. Nada mais faz o Satanista que reconhecer e crer nisto...

OBS: Há ainda uma segunda abordagem ao conceito de deus, mais simplificada, a qual não pretendi focar neste post. Ela está contida de forma clara na Bíblia Satânica, que nos fala:

Para o Satanista "Deus" - seja qual for o nome dele ou mesmo que não possua nome algum - é visto como um fator de equilíbrio da natureza e não como algo que se preocupa com o sofrimento.

LaVey ainda prossegue sem ir muito a fundo pois reconhece tal conceito não se pode delimitar. Do contrário, trata sim de desconstruir toda a idéia do deus personificado ao qual muitos se submetem.

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