E sempre bom pensarmos que as palavras trazem sempre toda uma vasta gama de tradições, história, culturas, enfim. Cada palavra é um mundo a ser descoberto. Naturalmente que nem todos precisam ser filólogos de carteirinha, mas é sempre por pensar nas origens de um termo, de uma palavra, ou até expressão. Não se trata de uma busca vazia, de alguma forma, podem as motivações originais destes deixar seus resquícios até seus respectivos usos atuais, o que ajuda a compreendê-los.
E se estamos falando de todo um sistema religioso, seus símbolos abrigam em si mais do que uma mera origem etimológica, mas toda uma carga simbológica e dogmática. Dogmática não no sentido de absoluto, de inquestionável, mas simplesmente de nos remeter a pontos fundamentais da doutrina da qual estes símbolos fazem parte. E o que poderia no Satanismo ser mais importante que a figura de Satan?
Suas significações são múltiplas, e hoje pretendo pensar um pouco sobre um dos predicativos/títulos/atributos deste arquétipo máximo de nossa religião: o papel de acusador. A despeito de discussões sobre tradução, modificação, interpretação, etc.; quem se propor a estudar a história bíblica, verificará que em um dado momento, que satan aparece na figura de algo como um promotor dentro de um contexto jurídico nos tempos antigos. Pensando na própria correspondência da palavra Satan também encontraremos, dentre opositor, e adversário também acusador.
Mas o que significa isto e qual a importância dentro do Satanismo e sua proposição de conduta?
Para tal, devemos nos remeter a LaVey e suas palavras. Como já disse em outros momentos , no que diz respeito quanto ao tom da BS, há circunstâncias históricas extremamente relevantes a serem levadas em conta. Quando tudo começou, havia uma clara preocupação de LaVey em desconstruir uma série de conceitos cristãos fortemente presentes na sociedade americana, e ocidental como um todo. Tratava-se de uma postura de ataque, de levar às mãos martelos para destruir pedras de tradição e correntes de moralidade. Tudo tende ao equilíbrio: se forte resistência de um lado, muita força do outro.
É neste contexto que é exercido o papel do acusador. Acusar significa apontar o dedo. Acusar significa reconhecer os problemas do outro; e mais do que isto, refletir que isto também se aplica a si. Não se trata nunca de uma crítica gratuita no sentido de diminuir o próximo, mas perceber que aquela atitude se repetida pode me levar a conseqüências indesejáveis. LaVey olhou para aqueles rapazes no parque que olhavam as belas moças e iam no domingo com a família rezar na Igreja e os acusou. Trouxe à tona o lado da moeda que ninguém queria ver.
Eis a postura do verdadeiro acusador.
Sua importância é fundamental, e precisa ser trabalhada em cada momento de nossa vida. Pois acusar é não manter-se calado. É ser detentor de espírito crítico, é não ter medo de mostrar o que alguns não querem ver. Naturalmente, por muitos seremos vistos como inimigos. A tradição não quer quem a questione e ninguém quer movimento. Ser acusador significa estar sempre de olhos atentos para reclamar, falar mal, vomitar de volta ao mundo a escória que ele diariamente nos concede.
Uma postura de questionamento é fundamental, mas mais do que isto, é preciso deixar de lado o sorriso amarelo do conformismo. Talvez fingir ter um por conta de intenções futuras, mas nunca, em momento algum, deixar de acusar. Acuse o próximo, o conhecido, o desconhecido, e, acima de tudo, sejamos capazes de acusarmos a nós mesmos. O arquétipo de Satan manifesta-se em ações não somente de manutenção de valores e de uma segurança feliz que tende a nos deixar inerte; Satan subverte a si mesmo, em prol de si mesmo.
Não se esqueça entretanto de ser discreto quando preciso. O mundo não precisa dos seus gritos de revolta. Sorria para o verme que o cumprimenta, aperte sua mão. Mas não se esqueça quem ele é; e muito menos queira ser como tal. Enquanto promotor no tribunal da vida, ignore quem são os inocentes; não busque aquilo que você deseja ser. Talvez de fato nunca o saberá. Mas saiba do contrário.
E se estamos falando de todo um sistema religioso, seus símbolos abrigam em si mais do que uma mera origem etimológica, mas toda uma carga simbológica e dogmática. Dogmática não no sentido de absoluto, de inquestionável, mas simplesmente de nos remeter a pontos fundamentais da doutrina da qual estes símbolos fazem parte. E o que poderia no Satanismo ser mais importante que a figura de Satan?
Suas significações são múltiplas, e hoje pretendo pensar um pouco sobre um dos predicativos/títulos/atributos deste arquétipo máximo de nossa religião: o papel de acusador. A despeito de discussões sobre tradução, modificação, interpretação, etc.; quem se propor a estudar a história bíblica, verificará que em um dado momento, que satan aparece na figura de algo como um promotor dentro de um contexto jurídico nos tempos antigos. Pensando na própria correspondência da palavra Satan também encontraremos, dentre opositor, e adversário também acusador.
Mas o que significa isto e qual a importância dentro do Satanismo e sua proposição de conduta?
Para tal, devemos nos remeter a LaVey e suas palavras. Como já disse em outros momentos , no que diz respeito quanto ao tom da BS, há circunstâncias históricas extremamente relevantes a serem levadas em conta. Quando tudo começou, havia uma clara preocupação de LaVey em desconstruir uma série de conceitos cristãos fortemente presentes na sociedade americana, e ocidental como um todo. Tratava-se de uma postura de ataque, de levar às mãos martelos para destruir pedras de tradição e correntes de moralidade. Tudo tende ao equilíbrio: se forte resistência de um lado, muita força do outro.
É neste contexto que é exercido o papel do acusador. Acusar significa apontar o dedo. Acusar significa reconhecer os problemas do outro; e mais do que isto, refletir que isto também se aplica a si. Não se trata nunca de uma crítica gratuita no sentido de diminuir o próximo, mas perceber que aquela atitude se repetida pode me levar a conseqüências indesejáveis. LaVey olhou para aqueles rapazes no parque que olhavam as belas moças e iam no domingo com a família rezar na Igreja e os acusou. Trouxe à tona o lado da moeda que ninguém queria ver.
Eis a postura do verdadeiro acusador.
Sua importância é fundamental, e precisa ser trabalhada em cada momento de nossa vida. Pois acusar é não manter-se calado. É ser detentor de espírito crítico, é não ter medo de mostrar o que alguns não querem ver. Naturalmente, por muitos seremos vistos como inimigos. A tradição não quer quem a questione e ninguém quer movimento. Ser acusador significa estar sempre de olhos atentos para reclamar, falar mal, vomitar de volta ao mundo a escória que ele diariamente nos concede.
Uma postura de questionamento é fundamental, mas mais do que isto, é preciso deixar de lado o sorriso amarelo do conformismo. Talvez fingir ter um por conta de intenções futuras, mas nunca, em momento algum, deixar de acusar. Acuse o próximo, o conhecido, o desconhecido, e, acima de tudo, sejamos capazes de acusarmos a nós mesmos. O arquétipo de Satan manifesta-se em ações não somente de manutenção de valores e de uma segurança feliz que tende a nos deixar inerte; Satan subverte a si mesmo, em prol de si mesmo.
Não se esqueça entretanto de ser discreto quando preciso. O mundo não precisa dos seus gritos de revolta. Sorria para o verme que o cumprimenta, aperte sua mão. Mas não se esqueça quem ele é; e muito menos queira ser como tal. Enquanto promotor no tribunal da vida, ignore quem são os inocentes; não busque aquilo que você deseja ser. Talvez de fato nunca o saberá. Mas saiba do contrário.
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Satanismo? Oh!
Ficou assustado com o termo "Satanismo"? Caso a resposta seja sim, sugiro que procure ler um pouco, pois definitivamente Satanismo não é o que você pensa. Nada de sacrifícios, virgens mortas, cabras, nem nada do tipo. Quer saber mais? Leia:
O que todo leigo deve saber
1 de abril de 2011 às 22:49
Oi olá! Boa noite! Ótimo artigo, obrigado por postar. Umas dúvidas: se a palavra Satan vem do Hebraico, porque dentro do Satanismo existem várias ramificações(tipos)? Pensava que Satan se referia somente ao demônio bíblico, mas pelo que ando lendo aqui neste seu site, signficam várias coisas e vários tipos. Espero que não estejam mentindo, porque como se sabe, Satan é o pai da mentira e só existe pra roubar, matar e destruir; e se vocês mentem é porque é próprio do diabo e de seus seguidores satanistas, estou certo ou estou errado? Não estou acusando/ofendendo ninguém aqui do site, cada um faz o que quer da vida e se alguém mente é porque ela tem a sua liberdade de mentir, mas saiba que eu não gosto de mentiras pra me destruir. Fico por aqui, aguardo resposta se possível, tenham uma boa semana, tiau.
2 de abril de 2011 às 13:08
Não há vários tipos de Satanismo. Há o Satanismo cristão, o religioso, e todo um resto de rótulos infundados que ou não se constituem como um sistema organizado e claramente determinado de idéias ou se apropriam indevidamente do título Satanismo.
20 de julho de 2011 às 08:51
FALA VITINHO, TU FICAVA 24 HORAS NO ORKUT, INCLUSIVE DE MADRUGADA,
E AGORA VOCE SUMIU? O QUE HOUVE? ENGRAVIDOU ALGUEM?
20 de julho de 2011 às 09:42
Rsrs.. fato... ficava bastante tempo no Orkut mesmo. Aliás, como qualquer outra pessoa. Nunca deixei de viver por isso.
Quanto à gravidez, não não, ainda não. Camisinha está aí pra justamente evitar isto. Use você também. ^^
11 de outubro de 2011 às 17:24
Reconheço o significado simbólico das palavras, mas acho que Lavey usou Satan mais para dar ibope do que qualquer outra coisa. Claro que ela se aplica também a várias características do satanismo.
Viva as camisinhas estouradas, se não fosse isso eu não estaria aqui postando, fazendo e falando merda que deixa minha vida feliz. uahshauhsua
19 de agosto de 2015 às 06:26
Vitor, sou iniciante, ou melhor, já faz um bom tempo que estou tentando me iniciar no caminho satanista, mas é muito difícil tendo em vista cada um apresentar o seu próprio tipo de satanismo dizendo que é o verdadeiro. No meu pobre entendimento sei há o satanismo tradicional, e o satanismo moderno de Lavey. O primeiro crê em Satã como um ser real, um deus, "alguém" como deidade. E o segundo de Lavey prega-o como um arquétipo, um símbolo, ou uma energia interior dentro de cada pessoa. Mas navegando e sites da internet vejo diversas formas diferentes, e pode acreditar, não tem uma que ensine passo a passo para um iniciante "INICIAR" no caminho. Você pode me mostrar por favor a porta de entrada? Como iniciar-me no satanismo, como praticar, qual o tipo de satanismo certo, sem baboseiras, sem encheção de linguiça, algo que possa me satisfazer realmente, sem mistérios de Harry Porter.
29 de maio de 2018 às 09:39
Ótimo texto camarada.
Ótimo blog também, obrigado por escrever