Recomendação do Recanto




"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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A universitária da Uniban, e o escárnio - Parte 2

Escrito por Recanto do Opositor

Na primeira parte deste texto parti das pessoas envolvidas no caso assim como de suas posturas, e o que tudo isto nos fazia levantar, deixando de lado a atitude da própria menina que foi a vítima daquela situação. Por agora, trataremos de pensar a respeito desta, partindo do comentário final da parte anterior, que expunha a seguinte visão do fato: a universitária sofreu as conseqüências de seus atos ao querer chamar atenção com suas roupas, e teve a conseqüência que merecia.

Em primeiro lugar, a reação a isto não é justificada. Um bom advogado consegue facilmente convencer que se trataram de atitudes criminosas. Constrangimento ilegal, ameaça, difamação, enfim, está tudo lá no capítulo 5 do Código Penal. Portanto, não se tratam de conseqüências justas.

Mas bem, entra agora a parte que mais nos interessa; a ponte com o Satanismo.

Em um mundo de imbecis que não são capazes de respeitar a liberdade de pensamento alheio, a questão estética é algo um tanto quanto delicado de se lidar. Particularmente sou totalmente a favor do escárnio, felizmente nunca fui o alvo da piadinha alheia, pelo contrário, tornei-me mestre em falar mal dos outros e apontar seus defeitos mais aparentes. Mas definitivamente nada que se compare a isto. Para justificar meus atos, parto de um conceito que aplico em mim próprio. Quem deseja se fantasiar de palhaço, tem que ouvir sem reclamar as risadas alheias. E quem não o deseja, que não se vista como um. Aquele que de alguma forma, por mais que se trate de seu "estilo", sem qualquer egolatria vazia por assim dizer, se expõe de forma exagerada, não adianta, tem que aguentar piadinha e comentários desagradáveis. E eu serei o primeiro a fazê-lo. Pelo simples fato de que na grande maioria dos casos, aquele que faz a piada tem motivos mais que justos para tal. É uma questão matemática, e da qual parte também aquilo que entendemos por preconceito. Exemplo bem besta: se das 10 pessoas vestidas de rosa que vimos em nossa vida, 9 são viados, o décimo primeiro vai ser considerado um. Pois do desconhecido esperamos a regra, não a exceção. Ninguém aposta no jogo que tem a menor possibilidade de sair. Ou seja, o escarniador parte, no geral, daquilo que para ele configurou-se como regra. Se será ou não, aí é com cada um.

Mas ora, quer dizer então que eu vou ter de me prejudicar, deixar de agir da forma que desejo por conta dos outros? Pois é, meu caro ou minha cara, bem vindo à sociedade. Estamos todos interligados, ora de forma direta, ora indireta. E querendo ou não todas as nossas ações, ou a ausência delas são influenciadas e/ou determinadas pelo nosso meio.

Com relação a tudo isto, nos mostra a experiência que não vale a pena causar este choque gratuito nas pessoas. Nunca se sabe de quem vamos depender, ou até onde nos afeta a visão que as pessoas têm de nós. Só mesmo alguém muito rico para chegar ao ponto de tacar o foda-se para tudo a ponto de ignorar o fato de que existem pessoas, ou até mesmo o Estado a seu redor. É o típico caso da playboizada que por ter grana acha que nada vai acontecer com ele se fizer merda. E é o que mais acontece. Agora, de resto, deixando de lado a imbecilidade e o dinheiro, precisamos sim construir nossa imagem, seja em que contexto for. Familiar, profissional, escolar, etc. Quando nos expomos não apenas nos mostramos, mas somos vistos, e quando abrimos nossa boca não apenas falamos, mas somos ouvidos. Parece óbvio, mas as pessoas se esquecem que não somos apenas sujeito, também nos tornamos objeto.

Vejo no próprio Satanismo o grande exemplo de como uma exposição mal planejada só tende a nos desfavorecer. Assim como nele vejo também que o ser humano, ainda que seja a grande divindade de carne, também a divindade do pensamento, da reflexão, do conhecimento, e que a estética é apenas uma fina casca de um conteúdo que deve ser valorizado e desenvolvido. Também podemos perceber que o culto à imagem, tendo sido deixado de lado a verdadeira preocupação de crescer e estar em constante melhoria e movimento, nada mais é senão auto-ilusão e egolatria vazia. Se somos os primeiros a serem apontados pelo resto das pessoas, assim como somos os primeiros a apontar para os pseudo-satanistas, malvadistas que vivem de aparências, e tantos outros tipos de imbecis, devemos também ser os primeiros a justamente evitar que nos tornernos os objetos de nossas críticas e escárnio.

Nosso aspecto exterior não somente deve ser compreendido como um elemento de egolatria satisfatória que nos conceda auto estima e nos faça termos todos os cuidados para a manutenção de nossa carne, sem a qual simplesmente não vivemos, ao contrário das historinhas de alma e outros planos metafísicos por aí; mas também devemos vê-lo como uma ferramenta, um utensílio indispensável para nossas ações a atitudes, que ou as potencializa, enquanto encaminhadoras para conseqüências satisfatórias, ou as mina, nos causando o contrário. Não foi à toa que LaVey segmenta a noção de magia, nos trazendo a chamada manipulativa. É exatamente disto que estou falando.

Dizem que o melhor lado a se escolher numa guerra é o de fora. Evitar conflitos para observá-los de longe em certos casos é a solução ideal. Portanto, por qual motivo optar por ataques superficiais, como no caso da estética, se as verdadeiras transgressões se dão com o pensamento e com as atitudes? O palhaço recebe palmas por suas palhaçadas assim como por suas maquilagens e roupas engraçadas. O verdadeiro Satanista elogios por suas ações e forma de pensar.

E nunca é demais repetir a célebre frase: discrição é a maior astúcia do diabo.

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