Recomendação do Recanto




"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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Vozes da morte - Augusto dos Anjos

Escrito por Recanto do Opositor

Vozes da morte
Augusto dos Anjos

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, ainda teremos filhos!

DOS ANJOS, Augusto. Eu e outras poesias. São Paulo: Editora Martin Claret, 2005.

2 Comments

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    Comment by Madame Morte

    Dos Anjos foi um cara que não necessáriamente fez a diferença, mas fez diferente, fez com o coração.Um dos poucos poetas que faz sonetos sem com que os mesmos fiquem vazios e prolixos, um dos poucos poetas que eu consigo ler e reler e ainda na "re-releitura" me emocionar.Ótimo.

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    Comment by Bruno Anhangá

    Um poema bastante forte, tratar a morte e a vida de uma forma tão proximas é uma coisa assustadora.