Recomendação do Recanto




"Não subestime o desprezo absoluto das pessoas. Tornar-se um pária não é fácil. As pessoas acreditam que o diabo é Satan. Ignoram que o mundo é muito mais antigo que o cristianismo. Tudo para essas pessoas ignorantes é coisa do “diabo”. E julgam, recriminam e segregam. Ainda que isso seja um pecado diante de Deus. Porém, estranhamente é exatamente esse comportamento hipócrita e preconceituoso que a Igreja incentiva. É tudo tão absurdo. E afinal o que são os pecados? É uma maneira de controle do ser humano, de condená-lo, de inserir culpa pelos seus desejos naturais, de submetê-lo, de castrar seus pensamentos. É tudo tão ridículo."

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O Eu e o Destino - Parte I

Escrito por Recanto do Opositor

É comum algumas pessoas se assustarem com a maneira com a qual se compreende a instância do indivíduo dentro do pensamento Satanista. Muitas religiões o rebaixam a deus/es, umas outras o dissolvem, e mais alguns outros simplesmente o ignoram. Quanto à história do deus barbudo triplamente oni estar acima do homem, não há muito que se dizer além do que já foi dito. Mas há ainda mais um ponto que por vezes geram certos conflitos de idéias com o Satanismo... Se dentro de nossa religião compreende-se o indivíduo como o centro de tudo, e todo aquele papo que vocês já conhecem, muitos, por sua vez, vêem o "eu" como um limite, como uma fronteira, como uma limitação. Até mesmo que não compartilha este tipo de visão também pode criticar este ponto do Satanismo.

O ponto principal é o fato de que acabamos por deixar que nosso ego determine aquilo que de fato nós somos. Algo como o pecado da auto-ilusão, só que em níveis mais profundos, digamos assim. Diz respeito à noção da completa negação do eu em prol de uma "espiritualidade única". Única não no sentido matemático, mas sim no que diz respeito à unidade das coisas...

Quando digo "unidade das coisas" talvez não cheguemos de cara tão longe...

Estou a me referir à busca de todo ser humano pensante. Queremos a origem, o motivo, a causa primeira, a existência a que tudo deu origem, o início. Queremos sempre responder a todas as questões, não somente por simples conhecimento, mas para que possamos dar um sentido à nossa vida. Todo o pensamento segue um mesmo caminho: descobrir o que está coberto, revelar o que está velado, conhecer o desconhecido. Trata-se da busca pelos "de onde vim", "para onde vou", "o que é o tempo", "o que é a morte", dentre outros. Todas as grandes questões existenciais, estejam elas inseridas em contextos filosóficos, religiosos ou científicos, têm como "resposta" exatamente esta "unidade". Muitas vezes esta unidade é "explicada" a partir de conceitos destes conceitos. E a resposta mais comum, como imaginam, é "deus".

Mas ora, se estamos a falar do desconhecido, do velado, do mistério, ele não pode ser conhecido, revelado, ou manifestado. Óbvio? Nem tanto.

Toda e qualquer tentativa de dar nomes ou forma a algo, já o limita. Ou seja, desconhecido, por essência, não pode ser conhecido, do contrário, já não mais o seria. Mas ora, se a tudo damos nomes e tentamos compreender, como podemos alcançar o incompreensível? Simples, ele não se alcança. Continua achando óbvio, não? Pois é, mas o que mais vemos é que simplesmente esta condição de "inatingível" é simplesmente determinada, limitada, explicada, compreendida. E isto é na filosofia, na religião, na ciência, enfim. Queremos sempre que a nossa explicação do inexplicável seja melhor do que a outra... É a velha história do meu deus é melhor que o seu, ou, o meu big bang é melhor do que o seu criacionismo.

E se há um desconhecido que por mais conhecimento que o homem detenha não vai ele NUNCA atingir, é a questão do DESTINO. Não na concepção determinista do clichê "qual será meu destino?", ou coisas do tipo. O destino é o quê de mais pleno o ser "possui". O destino é a infinitude de possibilidades do ser a cada segundo em que se está sendo. Ou seja, é a manifestação da vida que se dá de uma forma a cada instante, e para cada uma destas formas, infinitas outras permaneceram veladas. Em um exemplo que peca por simplicidade, é como se daqui a 5 minutos você fosse pensar em sua amiga X, ao invés de pensar em sua amiga Y, ou no texto que você leu no Recanto semana passada. O destino se dá a cada segundo, momento, ou a cada qualquer unidade mínima de racionalização do tempo feita pelo homem.

Poderia vir um e outro e dizer "mas ora, eu pensei em X pelo motivo Y", e assim ir desenvolvendo todo um raciocínio de relações lógicas de causa e efeito. Ou seja, fiz isto por causa daquilo. E então eu pergunto, podemos determinar a causa de cada instante de nossa vida? Repare que estamos a falar de uma espiral que tende ao infinito. Isto me lembra uma tirinha do Super God... Se formos "voltando" na vida, nestas relações de X causa Y, chegaremos então ao seguinte ponto primeiro: o nascimento de cada um. E podemos ir mais além, se deixarmos de lado o eu. Se formos buscar a origem da mãe, da avó, da bisavó, até chegar a Adão e Eva, ainda assim poderíamos ir mais adiante... E onde chegaríamos ao final? Na questão que citei a algumas linhas atrás: qual a origem da vida / de onde viemos e para onde vamos. E adivinhem onde "está" a resposta desta pergunta? Na unidade da qual falava. É ela que, em nossa tentativa de compreensão, se comporta como a causa primeira. Mas ora, não resolvemos a questão. Apenas damos um nome a uma resposta que não conhecemos.

Continua na Parte II...

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